
Tenho os meus pés frios… ao ponto de não mais os sentir… e lá longe, vão meus sonhos caminhando pelos terrenos que meus pés jamais vão fazer sorrir.
Vou deixar o meu olhar mergulhar numa única gota de chuva que aquela nuvem cinzenta, em forma de nuvem cinzenta, vai, dentro de três minutos e cinquenta e oito segundos, abandonar.
Vou deixar o meu olhar mergulhar numa única gota de chuva que aquela nuvem cinzenta, em forma de nuvem cinzenta, vai, dentro de três minutos e cinquenta e oito segundos, abandonar.
Este é o tempo certo... esta é a chuva suficientemente ácida para carpir a criação da melodia que vai ganhando vida na pauta feita com terra e com passos. Há uma clave de sol inundada, sem dó nem piedade, por estas águas que brotam do cinzento mais escuro que uma nuvem pode sequer sonhar. Há lá... longe... um outro deus que segreda aos ventos, silêncios que a chuva consegue alcançar.
Está a chover… e a minha gota de vida que não chove! A nuvem cinzenta, mudou de forma mas continua… nuvem e cinzenta… mas o vento, não mais permitiu que a suas formas fossem alvo dos olhares sedentos que jazem no horizonte…
Continua a chover… está um belo dia ausente de sol… continuo com os meus pés frios, e só deles me lembro porque deixei de os sentir…
A sombra sombreou aqui