sexta-feira, fevereiro 18, 2011

"ou o mundo todo às costas"

“ou o mundo todo às costas”… como que encosta a cabeça ao teu ombro inimigo, com o mero intuito de matar de ciúme aquele outro, que só é amigo, porque reside do outro lado deste mundo. Aqui… tudo é seco, deserto, tempestade de areia que se intromete em ti sem sequer pedir autorização. E contas os segundos com grãos de areia que ficaram presos a ti, e viras-te do avesso para tentar mudar o tempo em que vives, mas o peso do mundo que carregas nas costas continua sombrio, continua a não deixar passar a luz do sol. Tempo que passa. Luz ausente. Os ponteiros morrem carbonizados na esperança de ver a sua própria sombra, mas continuam invisíveis. Não existem. Resta apenas o som de um vento que dá corda ao pescoço. E tentas virar-te do avesso. Trocas os pés pelas mãos. Fazes da alma coração numa tentativa última de chegar até ti, e por breves momentos esqueces todo o peso que tem o mundo.

Foto de: Hudson Rodrigues