quarta-feira, junho 13, 2007

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Rasurei o rascunho amarrotado da saudade…
E reli… sem pressa… sem vontade…
Os escritos depositados na gaveta….

Grão a grão… passou a vida na ampulheta…
Passo a passo… renovou-se um caminho na cidade…
Mentira a mentira… construiu uma verdade…
Suspiro a suspiro… se respira na sarjeta.

E nada mais por mim ficou…
E tudo mais, em mim atracou….

Um dia… de tão claro ser
Cegou-me as virtudes que me viram nascer…
E a noite… que ilumina o parco sorriso…
Nasce na hora certa de um tempo impreciso…

Mas… é tarde demais para sentir…
É cedo, muito cedo para acordar…
Sonho com realidades que me fazem sonhar…
E acordo… acordo, para novamente deixar de existir.


E no fim…
E porque perdura sempre um fim…
Faço questão de não acabar…
O rascunho que a saudade foi abraçar.

sábado, junho 09, 2007

Deito meu corpo dormente...

Deito meu corpo dormente... despedaço-me em mil e um bocados... refugio-me na tempestade que inunda minha alma... fecho-me sem saber ao certo se sou matéria... se sou imaginação... se sou algo ou nada... se sou nada em algo.
Fecho os olhos... conto os segredos do dia a dia que nem eu próprio consegui deter...
Suspiro... de olhar enclausurado... e deixo-me aberto unicamente para o meu interior... tudo continua como lá fora... como naquele quarto negro que a luz não consegue iluminar... abro os olhos para mim, mas... só consigo escutar a musica que todos os Outonos se vai e me vai, alimentando de mim. Cada folha que cai... é uma nota musical que vai dando melodia à minha vida.
Faço do meu olhar a corrente geradora desta musica... e... escuto-me... sonhando que me vejo... de fora para dentro.