terça-feira, fevereiro 02, 2010

Ponte


Há um tempo que começa, uma vez mais, com a primeira e última passagem das águas frias de Janeiro sob a ponte.
De braço dado às margens, que não sendo tuas fazem parte de ti, abraças o teu futuro na esperança que o momento fique para a posteridade. E segues, prossegues o teu caminho que parece estar traçado, mas que insistentemente continuas curvar lado a lado da linha recta que te conduz ao final mais que previsto. A curva pode ser cega mas não consegue esconder o chão que trazes nos teus olhos.
E há sempre quem te assiste… ao longe ou de perto, com maior ou menor curiosidade, delongas, há sempre quem te aviste. E de nada te vale vestir um novo traje de memórias se ele continua a ter o cheiro a antigo.
E este é o rio que passa sobre a ponte, mas visto daqui, ninguém acreditaria ser possível ver.