sexta-feira, maio 30, 2014

TEMpo




Faz tempo que o tempo não passa por aqui! Será que ainda vou a tempo de o fazer regressar?!
Nada como um oceano salgado para limpar o pó que por aqui se foi acumulando. 

quinta-feira, outubro 13, 2011

Procura-se: Outono

O Outono meteu férias de si, e no regresso, saiu na estação errada. Desesperado, despertou o Sol para se fazer tarde mais cedo, mas ele foi acordado a destempo. Agora, estamos todos ansiosos que chegue a hora em que a hora muda para que o tempo seja acertado.

sexta-feira, junho 10, 2011

Lâmpada mágica

Há uma lâmpada mágica que fundiu a sua própria luz… cresceu com a sombra do seu reflexo e apagou-se para os seus próprios desejos.
O génio está ausente de si, presente sempre esteve a ideia de ser livre do seu interior.
Há um embrulho que ainda sobrevive por força da vontade de um génio ausente.
Procura-se génio com inexperiência alargada e sem conhecimentos explosivos.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

"ou o mundo todo às costas"

“ou o mundo todo às costas”… como que encosta a cabeça ao teu ombro inimigo, com o mero intuito de matar de ciúme aquele outro, que só é amigo, porque reside do outro lado deste mundo. Aqui… tudo é seco, deserto, tempestade de areia que se intromete em ti sem sequer pedir autorização. E contas os segundos com grãos de areia que ficaram presos a ti, e viras-te do avesso para tentar mudar o tempo em que vives, mas o peso do mundo que carregas nas costas continua sombrio, continua a não deixar passar a luz do sol. Tempo que passa. Luz ausente. Os ponteiros morrem carbonizados na esperança de ver a sua própria sombra, mas continuam invisíveis. Não existem. Resta apenas o som de um vento que dá corda ao pescoço. E tentas virar-te do avesso. Trocas os pés pelas mãos. Fazes da alma coração numa tentativa última de chegar até ti, e por breves momentos esqueces todo o peso que tem o mundo.

Foto de: Hudson Rodrigues


terça-feira, janeiro 18, 2011

... de ti.

Quando sentires que tens as palavras presas a ti… dá-lhes a liberdade que só um segredo é capaz de provocar.

terça-feira, dezembro 21, 2010

É Natal

Dizem que é Natal! É oficial... o Natal chegou!
De uns dias a esta parte, tenho percebido que o Natal chega numa espécie de pré-época, vai-nos adocicando aos poucos com momentos tipicamente natalícios! Sim… a decoração das casas… tudo esta mais vermelho, tudo esta bem mais florido, tudo cheio de luzinhas a piscar, como que clamando socorro em código Morse fazendo crer aos entendidos que ali está uma luz, uma cor uma mensagem de paz e alegria que necessita urgentemente de ser libertada e propagada.
O problema é que as luzinhas só vivem durante a noite, e mesmo à noite, têm um período escasso de vida - como pirilampos. Logo há quem resolva poupar na energia… que a vida não está fácil para ninguém! E tudo volta ao normal… tudo parece ficar adormecido no dormitar normal dos humanos!
Adormecemos como todos os dias… provavelmente até adormecemos com maior dificuldade porque ainda não compramos «aquela» prenda para «aquela» pessoa… ou não sabemos ainda como gerir o nosso orçamento, ou então… não sabemos ainda se sempre vamos «dar» algo aquela outra só porque…há ainda umas quantas questões a solucionar!

Mas logo amanhece… os pássaros, imunes às quadras (a não ser, quiçá, as épocas de caça) lá acordam a chilrear como em todos os outros dias… e o dia vai amanhecendo… e as pessoas vão acordando… e as pobres luzinhas que ficaram por esquecimento a piscar…. ou porque há a secreta esperança que alguém, às tantas da madrugada, passe na rua, fique a saber e dê a saber aos demais, que nesta e naquela casa há espírito natalício!

E lá vamos acordando nos últimos dias. Logo pela manhãzinha dá para sentir os aromas do natal, ligamos a TV e somos desde logo bombardeados por um infindável número de anúncios a perfumes cheirosos, músicas estimulantes, imagens misteriosas… (quem sabe, se… no sapatinho não recebo um desses perfumes… com anúncio incluído:)).
Mas a vida corre o seu natural ritmo, não há que pensar muito que isso dá dores de cabeça, apenas levantar a cabeça… rumar ao nosso destino… sentir o espírito do natal no trânsito... ver os sorrisos dos outros condutores… uns abrindo a boca, outros rindo para a voz que se escuta na telefonia… outros há, casais, cegos surdos e mudos para quem vai ao seu lado… e ainda ha aqueles que parecem apenas comunicar por linguagem gestual, gesticulando alto e bom som para que todos vejam!
E chegamos ao destino… e trabalhamos… fala-se sobre prendas… sobre o jantar de natal da empresa, nos aumentos do próximo ano… no clube de coração que perdeu… na vizinha de cima... no vizinho do lado… e os políticos que são uns filhos da mãe… e os outros, que também são filhos e têm mães, mas que não são filhos da mãe…
E eis que regressamos a casa… com o espírito natalício lado a lado connosco… vamos escutando “jingles” na rádio com musicas natalícias, circulando por ruas iluminadas, bebendo e tendo cada vez mais sede de chegar cedo a casa… mas não conseguimos… e ficamos com fome… porque não matamos a sede de chegar cedo… e ligamos as luzinhas de natal… há que acender o espírito… e deixar que ele penetre em nós e nos que avistam as luzinhas… e preparamos o jantar que isto de ser natal não faz com que o trabalho de casa se faça sozinho… e há que preparar os miúdos para dormir, saber se já fizeram os trabalhos de casa, combinar o dia de amanhã (embora o amanhã… seja sempre a mesma des combinação total) ….…….. por ai adiante!
Sim… é natal… é oficial… o Natal chegou… chegou no preciso momento em que… chegou… naquele mesmo momento… nesse mesmo… estão a ver, não estão? Todos sabem, não sabem? Precisamente… nesse preciso momento… chegou! Mas… porque será que ninguém ainda deu conta?!
(Mensagem de Natal que deixei aqui mesmo em 2007... acho que ainda está actual)

sexta-feira, novembro 26, 2010

da minha janela...

A minha janela não é mágica...

da minha janela não sai magia...

a magia está toda lá fora...

e lá fora estão todos!

Música: Ashram - Maria and the violin's string

Video: Minha Sombra

quinta-feira, novembro 04, 2010

Este era o som do vento quando tocava nos teus braços...

Este era o som do vento quando tocava nos teus braços...
sempre disponíveis para conquistar as folhas maduras que desmaiavam com o verde do teu olhar…
Enganavas o tempo escondendo dentro de ti a Primavera, e não contente, atiravas ao vento palavras soltas que coloriam a paisagem de saudade.
Foto

domingo, agosto 22, 2010

Palavras

Há cartas que caem como castelos. Há palavras que não chegam a ser cartas.
Resta baralhar e voltar a dar todas as palavras que sobreviveram por entre os destroços do castelo e, no fim perceber, que as passagens não são secretas e tão pouco estão guardadas a sete chaves.
Há cartas que caem com palavras. Há castelos que não são mais que meras cartas.

Foto

quinta-feira, agosto 05, 2010

Luz

É impossível haver caminhos iluminados quando a referência é a tua sombra!

quarta-feira, abril 14, 2010

Legenda de um silêncio apalavrado

- Tu és o amor?
- Não. Sou o que a tua sombra conseguiu iluminar.
- És tu amor? És tu? És amor? És, não és?
Não és?

És sim, eu reconheço-te em cada ruga que o teu sorriso não consegue esconder…
Não me respondes?
Não me ouves?
És tu não és?
- Sabes… o silêncio existe para te escutar…
E escutar-te… é sentir a brisa deste imenso mar (que é só nosso) a sussurrar-me ao coração os sorrisos que encontro no teu olhar.
Foto

sexta-feira, março 26, 2010

Mundo


Tenho o mundo à curta distância de um passo…
Perco mão do espaço
Tudo que revejo é o reflexo da palma da mão que está de costas para mim.
Os momentos que ficaram para trás já não existem… são meros destroços que não conseguem ser pó.
A planta dos pés não mostra o caminho… segreda que cresceu e criou raízes.
Mas o mundo
persiste
existe
desiste.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Ponte


Há um tempo que começa, uma vez mais, com a primeira e última passagem das águas frias de Janeiro sob a ponte.
De braço dado às margens, que não sendo tuas fazem parte de ti, abraças o teu futuro na esperança que o momento fique para a posteridade. E segues, prossegues o teu caminho que parece estar traçado, mas que insistentemente continuas curvar lado a lado da linha recta que te conduz ao final mais que previsto. A curva pode ser cega mas não consegue esconder o chão que trazes nos teus olhos.
E há sempre quem te assiste… ao longe ou de perto, com maior ou menor curiosidade, delongas, há sempre quem te aviste. E de nada te vale vestir um novo traje de memórias se ele continua a ter o cheiro a antigo.
E este é o rio que passa sobre a ponte, mas visto daqui, ninguém acreditaria ser possível ver.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Os sonhos não morrem só porque deixaram de fazer parte da realidade... pelo contrário, permanecem em nós porque chegaram a ser vividos.
Foto

segunda-feira, novembro 23, 2009


Quando achamos que o vazio máximo tem como limite o tamanho do nosso mundo, surge um dia mais que nos faz crescer. Assim nasce a vontade de ser criança outra vez e começar tudo… não de novo, apenas começar.

quinta-feira, novembro 05, 2009

R(a)esto de ti...


Pé ante pé… deixas marcado no chão o brilho dos teus olhos. Eleva o teu olhar… quando o fizeres, verás como o céu terá mais estrelas! Verás como novas direcções vais descobrir… há sempre rumos novos a despertar.

Há uma constelação maior onde tu és a estrela brilhante, e a lua que se veste de astro rei, engana como quem te troca a noite pelo dia.

sábado, setembro 05, 2009

Voa!


Voa...

Voa para longe...

E se aquilo que consegues avistar é o mesmo de sempre...

continua a voar...
até que o cansaço te faça avistar a liberdade.

Voa...


sábado, julho 04, 2009

Quase azul...

As nuvens que invadem os telhados… são de vidro… e nem mesmo a sensação doce de quem sente o algodão na pele… faz esquecer a sensação que essas nuvens brancas… só habitam nos negros olhos que me reflectem.

Entre o preto e branco… há um azul que vai alimentando uma quase vida de uma casa… em que há chaminé… mas que não há fumo... nem branco… nem negro!

sábado, junho 13, 2009


O mundo visto ao contrário…
ao contrário dele… não me visto com ao som das árvores afogadas nos rios de esperança.

Não tentes pintar de verde os quadros que nasceram a preto e branco.

quinta-feira, abril 03, 2008

Devagar...

Devagar…
devagar que esse trote de cavalo cansado é rápido demais para o silêncio que a mim está agarrado…


Devagar…
Devagar porque quero ir:
mais longe… durante mais tempo
mais forte… enquanto posso e aguento
mais eu… ao sol, à chuva, ao relento
Devagar...

sábado, março 29, 2008

[Divagações]

És o fruto seco de uma árvore que não chegou a florir… pensas no dia em que caíste de madura na verde almofada que te amparou os sonhos, e o verde te tornou castanha… e os sonhos te deixaram apodrecer de tão sonhados que foram… faltou-lhes o ar que os sorrisos libertam quando se tornam reais.

E o verde seca contigo… e incendeias com um fogo invisível… e és cinza da terra sem sequer seres pó… e rumas a uma toalha freática agora, por estar encharcada demais para enxugar as lágrimas… e és sal a mais para adocicar o teu rio… e és… e és nada agora porque aprendeste finalmente a nadar nas memorias encerradas na casca da árvore que te viu cair… mas que não te sentiu florir.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

|,i,|

Dão tanto e tudo mais... e vais caminhando, lado a lado com todas as dádivas, que se inscrevem nos altos muros que, livremente, te obrigam a obrigam seguir um caminho…
E caminhas… com os olhos postos no chão para que as sombras das promessas não te estrague ainda mais a visão (que isto de ir ao oftalmologista fica caro).
E caminhas com os braços caídos, nunca por ter desistido, mas porque tens (qual coração!), a alma nas mãos… refém das necessidades tão importantes e básicas que se esconde num mero saco de plástico...
E assim caminhas, refém de ti mesma… por não teres na vida os sonhos de uma geração!
(Na passada segunda-feira passou uma reportagem na tvi que me deixou profundamente alarmado... não que fosse novidade, mas porque teve agora visibilidade. Espero que quem nos governa tenha também assistido à reportagem)

(A sombra...e os seus momentos)

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

As horas pesam...


As horas pesam…
pesam a cada momento que se aproximam das nuvens mais escuras que guardas no céu… e num instantes, as horas fazem a sombra que nos vais pintar a noite…
Podes não acreditar, mas no momento que lês estas palavras ignorantes, sentirás breves laivos de pequenos nadas… e neles construirás o teu próprio tempo, viajarás para longe sem sair do local onde não estás mas que não te apetece agora cair nessa realidade.

As horas pesam…
sentes cada segundo mais pesado ainda nas pálpebras dos teus olhos… como que querendo encerrar a cortina de mais um dia descoberto…
Olhas para o pulso mas não tens a coragem de procurar sequer a força para levantares a pele de algodão que se sobrepõem na tua pele sedosa… e ali ficas, olhando… na esperança que a tua roupa te segrede aos poros da pele os segundos deste novo dia que ainda agora começou e que, à luz dos olhos deste candeeiro, agora se desligou.
(A sombra...e os seus momentos)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Novas Musicalidades...


Aimee Mann – Wise Up Antony If It Be Your Will Antony and the Johnsons Spiraling (Guest appearance by Devendra Banhart) Antony and the Johnsons What Can I Do? (Guest appearance by Rufus Wainwright) Au Revoir Simone - Stay Golden Azure Ray Across The Ocean Azure Ray November Azure Ray – Sleep Badly Drawn Boy Nothing's Gonna Change Your Mind Beck Lonesome Tears Beth Orton Central Reservation Bjork All Is Full Of Love Bjork Hyper-Ballad Bright Eyes First Day Of My Life El Perro Del Mar Candy El Perro Del Mar People Elliott Smith Angeles Elliott Smith Waltz #2 Kings Of Convenience Know-How Kings Of Convenience Misread Lou Reed Walk On the Wild Side Mercury Rev In A Funny Way Morphine Candy Morphine In Spite Of Me Nick Cave & The Bad Seeds Into My Arms Nick Cave & The Bad Seeds Red Right Hand Nico The Fairest Of The Seasons Portishead Numb Radiohead House of Cards Radiohead Jigsaw Falling into Place Rufus Wainwright Across The Universe Rufus Wainwright Cigarettes and Chocolate Milk Sigur Ros Gong Sigur Ros Saeglópur Spain Every Time I Try The Arcade Fire Keep The Car Running The Arcade Fire Ocean of Noise The Doors The End This Mortal Coil Another Day This Mortal Coil You and Your Sister Tindersticks Another Night In Tindersticks Travelling Light Tom WaitsGrapefruit Moon Tom Waits Hope I Don't Fall In Love With You Wilco Hummingbird
(A sombra...e os seus momentos)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

[Divagações]

Medida mais que perfeita para me
perder...
Um passado imperfeito reflectido na luz que tarda adormecer,
Uma mão fechada para não mais abrir o pulso [que habita nas veias de um sangue que não para de correr]

quarta-feira, janeiro 23, 2008

[ ]

Um dia,

Acordamos bem longe

[que nem peixe fora de água]

Respiramos pela mordaça que nos filtra as palavras da alma

[e afogamo-nos nos destroços que jazem à superfície]


É tarde, é já muito tarde…


O relógio solar já não tem energia suficiente para as sombras reger…

e os ponteiros imaginários de um tempo perdido,

estão tatuados

[em forma de rugas]

na palma...

da tua...

mão.


terça-feira, dezembro 25, 2007

Chove...


Tenho os meus pés frios… ao ponto de não mais os sentir… e lá longe, vão meus sonhos caminhando pelos terrenos que meus pés jamais vão fazer sorrir.
Vou deixar o meu olhar mergulhar numa única gota de chuva que aquela nuvem cinzenta, em forma de nuvem cinzenta, vai, dentro de três minutos e cinquenta e oito segundos, abandonar.
Este é o tempo certo... esta é a chuva suficientemente ácida para carpir a criação da melodia que vai ganhando vida na pauta feita com terra e com passos. Há uma clave de sol inundada, sem dó nem piedade, por estas águas que brotam do cinzento mais escuro que uma nuvem pode sequer sonhar. Há lá... longe... um outro deus que segreda aos ventos, silêncios que a chuva consegue alcançar.

Está a chover… e a minha gota de vida que não chove! A nuvem cinzenta, mudou de forma mas continua… nuvem e cinzenta… mas o vento, não mais permitiu que a suas formas fossem alvo dos olhares sedentos que jazem no horizonte…

Continua a chover… está um belo dia ausente de sol… continuo com os meus pés frios, e só deles me lembro porque deixei de os sentir…
A sombra sombreou aqui

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Natal...

Dizem que é Natal! É oficial… o Natal chegou!
De uns dias a esta parte, tenho percebido que o Natal chega numa espécie de pré-época, vai-nos adocicando aos poucos com momentos tipicamente natalícios! Sim… a decoração das casas… tudo esta mais vermelho, tudo esta bem mais florido, tudo cheio de luzinhas a piscar, como que clamando socorro em código Morse fazendo crer aos entendidos que ali está uma luz, uma cor uma mensagem de paz e alegria que necessita urgentemente de ser libertada e propagada… mas o problema... o problema é que as luzinhas só vivem durante a noite, e mesmo durante a noite, têm um período escasso de vida… como que pirilampos, logo há quem resolva poupar na energia… que a vida não está fácil para ninguém! E tudo volta ao normal… tudo parece ficar adormecido no dormitar normal dos humanos! Adormecemos como em todos os outros dias… provavelmente até adormecemos com maior dificuldade porque ainda não compramos «aquela» prenda para «aquela» pessoa… ou não sabemos ainda como gerir o nosso orçamento, ou então… não sabemos ainda se sempre vamos «dar» algo aquela outra só porque… há ainda umas quantas questões a solucionar!
Mas logo amanhece… os pássaros, imunes às quadras (a não ser, quiçá, as épocas de caça) lá acordam a chilrear como em todos os outros dias… e o dia vai amanhecendo… e as pessoas vão acordando… e as pobres luzinhas que ficaram por esquecimento a piscar…. ou porque há a secreta esperança que alguém, às tantas da madrugada, passe na rua…fique a saber e dê a saber aos demais que nesta e naquela casa... há espírito natalício!
E lá vamos nós acordando… nos últimos dias, logo pela manhãzinha dá para sentir os aromas do natal… ligamos a TV e somos desde logo bombardeados por um infindável número de anúncios a perfumes cheirosos… todos eles repletos de homens e mulheres bonitas, músicas estimulantes, imagens misteriosas… (quem sabe, se… no sapatinho não recebo um desses perfumes… com anúncio incluído:)).

Mas… a vida corre o seu natural ritmo… não há cá pensar muito que isso dá dores de cabeça… há que levantar a cabeça… rumar ao nosso destino… sentir o espírito do natal no trânsito... ver os sorrisos dos outros condutores… uns abrindo a boca, outros rindo para a voz que se escuta na telefonia… outros há, casais, cegos surdos e mudos para quem vai ao seu lado… outros há parecem apenas comunicarem por linguagem gestual… gesticulando alto e bom som para que todos vejam! E chegamos ao destino… e trabalhamos… e fala-se sobre prendas… sobre o jantar de natal da empresa, nos aumentos do próximo ano… no clube de coração que perdeu… na vizinha de cima... no vizinho do lado… e os políticos que são uns filhos da mãe… e os outros, que também são filhos e têm mães, mas que não são filhos da mãe…
E eis que regressamos a casa… com o espírito natalício lado a lado connosco… vamos escutando “jingles” na rádio com musicas natalícias, vamos circulando por ruas iluminadas, vamos bebendo e tendo cada vez mais sede de chegar cedo a casa… e não conseguimos… e ficamos com fome… porque não matamos a sede de chegar cedo… e ligamos as luzinhas de natal… há que acender o espírito… e deixar que ele penetre em nós e nos que avistam as luzinhas… e preparamos o jantar que isto de ser natal não faz com que o trabalho de casa se faça sozinho… e há que preparar os miúdos para dormir, saber se já fizeram os trabalhos de casa, combinar o dia de amanhã (embora o amanhã… seja sempre a mesma descombinaçao total) ….…….. e por ai adiante!

Sim… é natal… é oficial… o Natal chegou… chegou no preciso momento em que… chegou… naquele mesmo momento… nesse mesmo… estão a ver, não estão? Todos sabem, não sabem? Precisamente… nesse preciso momento… chegou! Mas… porque será que ninguém ainda deu conta?!

A todos um natal feliz… condizente com o significado que cada um de vocês tem dele! A todos vocês, que me são mais queridos… que, por este ou aquele motivo, me fazem gostar de vós… aqui deixo desejos diariamente renovados de que tudo de bom vos aconteça!

Natal só faz sentido… quando há família e amigos… obrigado a vocês por fazerem com que eu também tenha sentido!

quarta-feira, dezembro 12, 2007

[...]

Na penumbra de um beijo que se alimenta de sal, nasce um flamingo encoberto pela sombra do respirar do astro rei. Não há luz, não há mar… existe apenas um porto aportado na fronteira inexistente entre o brilho do sol e o manto lunar.

Um dia… que de tanto esperar se fez noite… o flamingo acordou, amanheceu na sua noite e fez dela o dia mais brilhante do seu olhar.